Turismo de luxo no Brasil em 2024: Rio, Foz e Pantanal lideram destinos; viajantes buscam experiências autênticas e sustentáveis

Camila Barreto, presidente da BLTA em apresentação na ILTM

Camila Barreto, presidente da BLTA em apresentação na ILTM (Ana Azevedo/M&E)

SÃO PAULO – O Rio de Janeiro, Foz do Iguaçu e o Pantanal foram os destinos mais procurados por viajantes de alto padrão em 2024, segundo dados divulgados nesta terça-feira (6) pela Brazilian Luxury Travel Association (BLTA), durante a ILTM Latin America, no Pavilhão da Bienal, em São Paulo.

A apresentação dos dados preliminares do novo anuário da entidade foi feita por Camilla Barreto, CEO da associação, que destacou uma mudança de comportamento no perfil do turista de luxo: ele está mais preocupado com autenticidade, impacto positivo e regeneração.

Elaborado com apoio do Senac, o levantamento mapeou 54 empresas associadas, entre hotéis e operadores, e apontou um aumento de 12% no faturamento anual e de 9,7% na ocupação em relação a 2023. A pesquisa revela que 89% dos empreendimentos atendem turistas brasileiros e 82% recebem estrangeiros, com os Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido liderando os principais emissores. O tempo médio de permanência nos empreendimentos em 2024 foi de 3,5 diárias, com um ticket médio de R$ 4.314 por dia, por pessoa.

A maioria das empresas (69%) está localizada em destinos de natureza, com destaque para o ecoturismo de alto padrão. Os serviços mais demandados envolvem experiências de bem-estar e gastronomia, com ênfase em ingredientes locais e vivências personalizadas. O novo perfil do turista busca contato com comunidades, imersão cultural e práticas sustentáveis.

“O cliente quer saber como o destino pode ser melhor depois da sua passagem por ali. Ele quer interagir com o local, com as pessoas, entender as histórias”, afirmou Camilla.

As experiências mais procuradas foram trilhas, observação de aves e animais silvestres, passeios náuticos, astronomia e contato com a cultura local. “A regeneração virou um valor. Não se trata mais só de preservar, mas de contribuir para restaurar ambientes e apoiar projetos sociais. Isso está diretamente ligado à escolha do destino e do prestador de serviço”, explicou a executiva.

Durante a apresentação, Camilla destacou também a diversidade dos produtos brasileiros e a oportunidade de reposicionar o país no segmento internacional. “Temos um Brasil que precisa ser melhor contado lá fora. Temos florestas, rios, uma gastronomia única, arte, design, moda. Mas é preciso apresentar tudo isso com curadoria e sofisticação, sem estereótipos”, pontuou.

O estudo apontou ainda que 73% das empresas têm programas estruturados de impacto positivo, e 96% adotam práticas sustentáveis, como gestão de resíduos, energia limpa e contratação de mão de obra local. Os principais desafios apontados pelos empresários são a conectividade aérea, a qualificação de mão de obra e a alta carga tributária.

A pesquisa também mostrou que os turistas de luxo tendem a repetir o destino quando sentem que foram acolhidos de forma personalizada. “O fator humano é decisivo. O atendimento, o cuidado nos detalhes, a escuta ativa — isso tudo faz o cliente voltar”, disse Camilla.

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