Como as mudanças nos partidos afetam a reeleição de Tarcísio em 2026

São Paulo — As mudanças partidárias anunciadas na última semana deverão mudar as dinâmicas de negociação no governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) caso o governador confirme que vai disputar a reeleição em São Paulo.

A primeira delas acontece com a fusão entre o PSDB e o Podemos. Hoje, o PSDB tem oito deputados estaduais eleitos na Assembleia Legislativa (Alesp) e está federado com o Cidadania, com quatro nomes.

Essa federação será encerrada em março de 2026, por vencimento de prazo. Até lá, o PSDB e o Podemos já deverão ter aprovado a fusão em suas convenções partidárias, oficializando o grupo na base do governo Tarcísio. Juntas, as duas legendas terão uma cadeira a mais que a antiga composição tucana na Alesp.

A expectativa, por parte do PSDB, é de que a fusão aumente a força do partido no governo e viabilize negociações em secretarias estaduais, caso Tarcísio saia mesmo na disputa para a reeleição em 2026.

Outra justificativa para isso seria o aumento no número de prefeitos no estado, que sairia de 26 da federação entre o PSDB com o Cidadania, para 56, no cenário de fusão com o Podemos. Com isso, a nova sigla não deve lançar candidatura própria no estado, enquanto o Cidadania deve procurar outro partido para se federar.

União+PP fica maior que Republicanos e PL em prefeituras

A mesma tendência de aumento de influência no governo Tarcísio serve para a federação entre o União Brasil e o PP. Com ela, o União, que hoje tem nove deputados na Alesp, e o PP, com três, passarão a controlar 11 cadeiras, o que representa a quarta maior bancada da Casa.

O poder da federação fica ainda maior na perspectiva das prefeituras do estado: enquanto o União elegeu 34 mandatários em 2024, e o PP, 47, juntos eles passam para 114, e ficam à frente dos eleitos pelo PL e pelo Republicanos.

A vantagem sobre o número de prefeituras do estado continua com o PSD de Gilberto Kassab, com quem o novo grupo se apresenta como um forte concorrente na disputa por poder político dentro da próxima gestão do estado.

Em contrapartida, alguns deputados estaduais do PP têm recebido convites para passar para o PL, já que o comando do grupo em São Paulo, que ainda está em jogo, ficaria a cargo da alta cúpula da federação. As movimentações partidárias deverão ser definidas somente no ano que vem e dependem, entre outros fatores, se Tarcísio irá disputar a reeleição ou a presidência.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.