Ciclo de alta dos juros mantém Bolsa brasileira “eternamente barata”; oportunidade?

André Gordon, gestor da GTI Administração de Recursos, diz esperar um dia poder falar que a Bolsa no Brasil “andou”, que ela é de classe internacional e bem precificada. “Mas o fato é que bolsa brasileira é eternamente barata”, diz.

Gordon participou de painel que discutiu o assunto, nesta quarta (7), no TAG Summit, realizado em São Paulo (SP). “O Brasil vai continuar barato. Temos essa tendência que a gente não consegue estabelecer um arcabouço fiscal mínimo, uma moeda relativamente estável em períodos mais longo”, explica.

Segundo ele, isso gera incerteza. “Por outro lado, os bons ativos que aproveitam as oportunidades a cada ciclo, saem mais fortes”, ressalta. “A gente tem vocação de ser barato, o que significa que não precisa investir”, complementa.

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País dos ciclos

Hegler Horta, sócio da Kapitalo Investimentos, que participou do mesmo painel, aponta que o Brasil é um país cíclico e os ciclos econômicos “são bem pronunciados”. Ele diz estar preocupado com o ciclo do momento, subindo os juros a mais de um ano.

“A gente está no final da taxa de juros. Mas a gente sentiu muito pouco a alta (da Selic) que a gente teve. Então, a gestão ativa é importante nessas horas”, afirma.

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“Vai ter muita empresa que vai cair muito o lucro e quando a economia desacelerar, tem gente que vai aproveitar a oportunidade porque o competidor está pior”, diz.

O gestor não vê a Bolsa como uma massa uniforme. “Enfim, tem alguns pedaços da bolsa baratos, que vão oferecer boas oportunidades, e outras vão muito mal. Aí, tem que se adaptar ao ciclo econômico”, expõe.

O terceiro profissional que participou do painel foi Marcio Luis Pereira, co-gestor de Renda Variável e Head de Research da Icatu Vanguarda.

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Para ele, quando se olha para o índice da Bolsa, verifica-se que é muito concentrado em alguns setores. “Então, ele acaba não refletindo o que é a realidade da economia brasileira”, afirma.

Pereira explica que os fundos são geridos na sua empresa “para não ir na bolsa de peito aberto”. “A gente sabe que o ciclos aqui são às vezes abruptos e atropelam os fundamentos”, ressalta.

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