BBI eleva Brasil a “compra” e vê que melhor está por vir para excepcionalismo da AL

Painel de cotações

Em relatório sobre a América Latina, o Bradesco BBI elevou a exposição do Brasil na região de neutra para overweight (exposição acima da média do mercado).

Os motivos para tanto, de acordo com os estrategistas Ben Laidler e equipe, são o ciclo de juros atingindo o pico, a “janela de desconto” eleitoral prestes a abrir, um desconto duplo em ações e câmbio, ventos favoráveis ​​à rotação global e resiliência a riscos tarifários. “As preocupações fiscais permanecem, mas diminuíram”, destacam a equipe de analistas.

Os estrategistas apontam que a América Latina tem sido a região com melhor desempenho no mundo este ano e as ações brasileiras subiram 20%. Isso foi impulsionado por: 1) um rali de alívio após o “susto” com o risco de dominância fiscal do quarto trimestre e 2) o reconhecimento do status relativo de refúgio do Brasil após a guerra comercial de Trump 2.0.

“Acreditamos que o melhor ainda está por vir desse ‘excepcionalismo’ latino-americano, com os grandes catalisadores de juros e eleições no Brasil à frente. Ambos os catalisadores são maiores do que o normal e nenhum deles foi desconsiderado pelos investidores ainda”, apontam. Cabe ressaltar que o termo excepcionalismo normalmente é ligado aos Estados Unidos para se referir a uma distinção do país em relação a outras nações, com a crença de uma história, sistema político e valores culturais que o tornam exemplar para o mundo. Porém, conforme aponta o BBI, a região da América Latina também apresenta características de “excepcionalismo” no momento.

Para Ben Laidler e equipe, o ciclo da taxa de juros brasileira provavelmente atingiu o pico com a decisão da véspera de aumentá-la de 14,25% para 14,75%, e as taxas reais mais altas do mundo devem começar a ser reduzidas a partir de dezembro.

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Os estrategistas veem que o Brasil pode ser a única grande economia a realizar cortes significativos nessa época, desencadeando uma grande rotação de setores, enquanto as eleições de outubro de 2026 começarão a entrar na “janela de desconto” para os investidores em breve, e a história mostra que isso traz retornos robustos.

“Isso não tem nada a ver com quem vencerá a eleição, apenas com o fato de estar no calendário. Esses catalisadores são apoiados por um desconto duplo na avaliação de ações e câmbio e pela rotação global para longe dos EUA”, avaliam os estrategistas.

Os riscos fiscais continuam sendo a principal preocupação do mercado, mas os estrategistas acreditam que estão gradualmente diminuindo, com o cenário base de um ambiente macroeconômico “confuso”.

“Embora possamos estar um pouco adiantados, com os cortes de juros a pelo menos seis meses de distância e as eleições a mais de um ano, isso se justifica pela perspectiva assimétrica”, apontam.

Carteira

O foco ofensivo na carteira do BBI está em empresas sensíveis à taxa de juros (Assaí ASAI3, Localiza RENT3), beneficiárias do mercado de capitais (BTG Pactual BPAC11) e empresas estatais (Petrobras PETR4, Banco do Brasil BBAS3). Agora, o banco adicionou a Energisa (ENGI11), do segmento de utilities cíclica, e a XP (BDR: XPBR31), a principal escolha do mercado de capitais. Ao mesmo tempo, reduziu ainda mais nossas alocações defensivas, reduzindo o Itaú (ITUB4), vencedor de juros “mais altos por mais tempo”.

Por outro lado, o banco realizou alguns lucros e rebaixou México para neutro. O ranking regional inclui ainda Argentina (overweight, ou OW), com seus três impulsionadores de avaliação, lucros e MSCI; Brasil (OW), com seu próximo corte de juros e catalisadores eleitorais; México (Neutro, com os riscos políticos continuando a diminuir. Chile (neutro), conta ainda com uma reavaliação de avaliação impulsionada pelas eleições de dezembro.

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