Hemocentro: grupo LGBTQIAP+ celebra decisão do STF com doação coletiva

Em comemoração aos cinco anos da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que garantiu o direito de pessoas LGBTQIAP+ doarem sangue, o coletivo Distrito Drag promoveu, nesta quinta-feira (8/5), uma doação de sangue em grupo, na Fundação Hemocentro de Brasília.

A ação, intitulada “Diversidade pela vida: doe sangue”, teve como objetivo dar visibilidade àao tema, estimular a solidariedade e relembrar que qualquer pessoa pode salvar vidas, independentemente da orientação sexual dela.

“O Distrito Drag atua desde 2017 pela garantia dos direitos da comunidade LGBTQIAP+, com foco em saúde, lazer, segurança alimentar e, principalmente, à vida. Essa doação coletiva marca os cinco anos da decisão do STF que reconheceu nosso direito de doar sangue. Queremos, com isso, estimular mais pessoas a ajudarem e mostrar que também salvamos vidas”, disse a psicóloga Aline Côrtes, 34 anos, coordenadora de direitos sociais do coletivo.

Confira imagens da ação solidária:

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Em 8 de maio de 2020, o STF declarou inconstitucionais normas da Anvisa e do Ministério da Saúde que restringiam a doação de sangue por homens gays e bissexuais. As regras, baseadas em critérios considerados discriminatórios, foram derrubadas por maioria dos votos, numa vitória histórica para os direitos da população LGBTQIA+

“Essa é uma data histórica que marca não só uma mudança na legislação, mas também um avanço na representação da diversidade e da inclusão. A ação do Distrito DRAG vem coroar esses cinco anos da decisão do STF, reforçando que a doação de sangue é para todos" diz Kelly Barbi, gerente de capitação de doadores do hemocentro
"Queremos, com isso, estimular mais pessoas a doar e mostrar que também salvamos vidas.” explica Aline Côrtes, 34 anos, psicóloga e coordenadora de direitos sociais do Distrito Drag
Christus Nóbrega, doador de sangue, contou seu relato após ser considerado inválido para doação de sangue
Doadores realizando a pré triagem no Hemocentro
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Coletivo Distrito DRAG realiza a ação “Diversidade pela Vida – Doe Sangue” em que fazem a doação em grupo. O ato é uma celebração dos cinco anos da decisão do STF que garantiu o direito de pessoas LGBTQIA+ doarem sangue

VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto

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Em 8 de maio de 2020, o STF declarou inconstitucionais normas da Anvisa e do Ministério da Saúde que restringiam a doação de sangue por homens gays e bissexuais. As regras, baseadas em critérios considerados discriminatórios, foram derrubadas por maioria dos votos, numa vitória histórica para os direitos da população LGBTQIA+

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“Essa é uma data histórica que marca não só uma mudança na legislação, mas também um avanço na representação da diversidade e da inclusão. A ação do Distrito DRAG vem coroar esses cinco anos da decisão do STF, reforçando que a doação de sangue é para todos” diz Kelly Barbi, gerente de capitação de doadores do hemocentro

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“Queremos, com isso, estimular mais pessoas a doar e mostrar que também salvamos vidas.” explica Aline Côrtes, 34 anos, psicóloga e coordenadora de direitos sociais do Distrito Drag

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Christus Nóbrega, doador de sangue, contou seu relato após ser considerado inválido para doação de sangue

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Doadores realizando a pré triagem no Hemocentro

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Grupo Distrito Drag

VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto

Entendimento contra a discriminação

Em 8 de maio de 2020, o STF definiu como inconstitucionais as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Ministério da Saúde que restringiam a doação de sangue por homens gays ou bissexuais.

As regras, baseadas em critérios discriminatórios, foram derrubadas pelos votos da maioria dos ministros, em uma vitória considerada histórica para os direitos da população LGBTQIAP+.

Para Kelly Barbi, gerente de capacitação de doadores do Hemocentro de Brasília, essa foi uma data histórica, que marcou não só uma mudança na legislação, mas, também, um avanço na representação da diversidade e da inclusão. “A ação do Distrito Drag vem coroar esses cinco anos da decisão do STF e reforçar que a doação de sangue é para todos”, ressaltou.

Impedido de ajudar o pai

Professor e artista, Christus Nóbrega, 49 anos, carrega uma motivação pessoal forte, que o incentivou a contribuir ao longo do tempo. Em 1999, aos 18, ele foi impedido de doar sangue para o próprio pai, que precisava urgentemente do fluido.

Felizmente, e apesar disso, o pai de Christus conseguiu um doador e sobreviveu. “Ele passaria por uma cirurgia, e eu fui impedido de doar, à época. Um médico carimbou [um documento dizendo] que meu sangue era inválido”, recorda-se o professor, que é homossexual.

Hoje, mais de duas décadas depois, o artista vê no ato de doação coletiva o significado de uma luta que durou anos. “Nesta quinta-feira [8/5], nós, da comunidade LGBTQIAP+, comemoramos um dia muito importante”, completou Christus, que criou uma tinta a partir da cor do próprio sangue para produzir flores artísticas, em referência à luta pelo direito de doar.

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