Análise: Mercado ficou entre acordo dos EUA com outros países e “estrago está feito”

O Estados Unidos anunciaram acordo comercial com o Reino Unido e neste final de semana os americanos se reúnem o com os chineses na Suíça para negociar uma solução para as tarifas de importação.

Ao mesmo tempo que uns se mostram otimistas para um desfecho positivo ao impasse que se criou com as medidas impostas pelo governo Donald Trump no comércio internacional, outros acham que um dano forte já foi causado na economia global, fazendo que pactos futuros sejam vistos com muita desconfiança.

Para Raphael Figueredo, o Rafi, estrategista de ações da XP, que comandou o programa Morning Call da XP nesta sexta (9), crê num impulso forte no mercado que poderá ocorrer a partir do que acontecer no encontro entre representantes dos Estados Unidos e da China em Genebra, na Suíça.

Duas correntes

No entanto, Rafi comentou as duas correntes que se formaram sobre o vai e vem das tarifas de Trump. “Há uma linha do mercado dizendo que quanto melhor for as tratativas das tarifas e mais acordos acontecerem, mais os Estados Unidos, com seu dinamismo, têm a capacidade de seguir em frente e manter tudo como estava”, comentou.

“Outra linha de pensamento é de que o estrago está bem feito, as coisas não são simples assim e as revisões de lucro (das empresas) já estão para baixo. Então, mesmo que haja acordos, já tem consequências negativas que devem rebater na economia”, disse.

Ele citou a fala de Trump nesta sexta de que “parecem corretas” tarifa de 80% para produtos chineses. “A equipe de Trump já havia comentado ontem (8) que eles estão buscando corte de tarifa para menos de 60% e alívio nas exportações chinesas de terras raras”, destacou.

“Hoje, o Trump comentou de 80%. Mas disse que depende de (Scott) Bessent (secretário do Tesouro dos EUA), que isso está na mão dele”, ressaltou. “Isso gerou um rebuliço no mercado”, comentou.

Para o analista, esse encontro internacional é a pauta mais importante atualmente a acontecer.

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