Mesmo com retenção de receita, vendas Ozempic e similares devem seguir crescendo

Nem mesmo maiores restrições impostas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) devem impactar o incremento promovido pela venda de remédios contra diabetes e controle de peso nas receitas das redes de farmácias brasileiras. Em meio a chegada do Mounjaro, concorrente de Ozempic e Wegovy, expectativas seguem de crescimento nas vendas dos produtos.

No primeiro trimestre de 2025, as vendas de medicamentos relacionados ao tratamento de diabetes e controle de peso na rede Pague Menos (PGMN3) aumentaram mais de 40%, segundo dados do balanço publicado na última segunda-feira (5), contra um crescimento de 20% na média dos demais medicamentos com prescrição.

A companhia afirma ter sido a primeira a anunciar a pré-venda do Mounjaro no Brasil, medicamento que começa a ser comercializado no Brasil na segunda quinzena de maio. “Nosso consumidor estava extremamente ansioso. Comprava o produto importado, manipulado, ele queria que chegasse no mercado”, disse o CEO da Pague Menos, Jonas Marques, ao InfoMoney.

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Redes como Raia e Drogasil — da RD Saúde (RADL3) –, Drogaria São Paulo e Drogarias Pacheco também abriram vendas antecipadas do medicamento em seus sites.

Medicamentos à base de GLP-1 — hormônio que estimula a secreção de insulina — se popularizaram nos últimos meses como opções de tratamento à diabetes e à obesidade, mas seu uso indiscriminado provocou a Anvisa a promover um controle maior sobre sua distribuição.

Em abril, a agência definiu que a venda do grupo de fármacos só poderia ser feita sob a retenção de uma via de prescrição pela farmácia.

Além das restrições regulatórias, o varejo de medicamentos ainda deve se defrontar com uma redução nos preços médios dos medicamentos com a chegada de novas opções às prateleiras e a possibilidade de uma quebra de patente do Ozempic em 2026, abrindo a avenida para opções genéricas.

Segundo a legislação, um remédio genérico deve ser pelo menos 35% mais barato que o de referência. Um relatório publicado pela Genial Investimentos, no entanto, diz que esse desconto pode chegar a até 60% quando os alternativos chegam ao mercado.

Para a Genial, ainda que a queda do tíquete médio a partir de 2026 possa pressionar as farmácias, “a expectativa é que o ganho de volume possa compensar essa queda”. O relatório indica que redes como Pague Menos, RD Saúde e Panvel devem se beneficiar do aumento no fluxo de clientes, “com oportunidades de fidelização, venda cruzada e fortalecimento do relacionamento com o consumidor de uso contínuo”.

“Existe uma demanda reprimida pelos medicamento por dois motivos. O primeiro é acesso, e o segundo é a questão dos preços. Nem todos têm acesso a médicos: 75% da população brasileira, embora o SUS seja um sistema de saúde modelo no mundo, não tem condições de ter acesso”, avalia Marques.

Ele explica que as restrições promovidas pela Anvisa não devem impactar as vendas em um primeiro momento, já que o medicamento sempre demandou apresentação de receita médica. “A maioria dos pacientes que tem condições de comprar Mounjaro, Ozempic e Wegovy, tem condições de ir ao médico. Isso parece uma barreira, mas é uma barreira mais fácil de se vencer”, diz.

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