Biodiesel: o combustível que vai mover o futuro

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Considerado muito mais limpo que o combustível fóssil, o biodiesel é uma das apostas da JBS – Foto: Reprodução NDTV

Leandro Pereira é proprietário de uma hamburgueria em Curitiba, no Paraná. O que vai ser do óleo de fritura usado, já não é mais uma preocupação para o empresário: vai virar combustível limpo.

A coleta é feita por uma equipe especializada do Programa Óleo Amigo, da JBS, uma das maiores empresas de alimentos do mundo, cujo destino será a fábrica de biodiesel da empresa, em Mafra, no Norte de Santa Catarina.

O Brasil se destaca como um dos maiores produtores mundiais de biodiesel, combustível renovável e que emite muito menos poluente que o diesel. A produção no país cresce de forma constante nos últimos anos, atingindo o recorde histórico de mais de 7,5 bilhões de litros em 2023.

A fonte vem desde o campo ao comércio, como a hamburgueria de Leandro, pastelarias, panificadoras, restaurantes, em shoppings centers. Vem da soja e também das agroindústrias.

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O óleo descartado vem de várias cadeias, desde restaurantes e lanchonetes até das agroindústrias, para virar combustível – Foto: Reprodução NDTV

“Nós vamos de porta em porta, atrás desses comerciantes, oferecendo nossos serviços e damos a solução para esse empresário que precisa dessa destinação correta do óleo”, explica a supervisora de Sustentabilidade do Programa Óleo Amigo, Thaís Krauss.

E o ponto final do Óleo Amigo é a cidade de Mafra, onde está a fábrica que vai transformar em biocombustível o óleo de fritura usado. Em uma grande planta, esse material é analisado, estocado e então processado para retirar as impurezas, depois refinado até virar o biocombustível. Diferentes etapas garantem a qualidade do produto.

Um laboratório é responsável por avaliar todos os parâmetros do processo. “A gente faz esse monitoramento para que o biodiesel produzido atenda todas as especificações do órgão regulamentador que é a Agência Nacional Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Isso garante que toda a nossa produção tenha a certificação de qualidade”, explica a supervisora de Sustentabilidade, Karol Ortiz.

Fábrica em Mafra produz um milhão de litros por dia de biodiesel

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A unidade de biodiesel em Mafra, a maior das três da JBS no país, produz mais de um milhão de litros diários do combustível – Foto: Reprodução NDTV

A escolha da cidade catarinense para sediar a unidade de produção de biodiesel tem a sua razão, pontua o gerente industrial Marcelo Grapiglia da Silva. “Aqui em Mafra estamos dentro do Estado de Santa Catarina, que é onde nossa empresa (JBS) tem operações muito grandes de frigoríficos para geração do óleo de frango e suíno, além da proximidade com o mercado do Paraná.”

Cerca de 100 caminhões por dia entram pela fábrica, em processos amparados pelos conceitos da economia circular. Ao todo são gerados mais de um milhão de litros de biocombustível por dia em Mafra. Ela é uma parte de área estratégica destinada à produção de biodiesel da JBS, a Biopower.

“Temos capacidade para produzir mais de 700 milhões de biodiesel por ano nas três unidades, que ficam, além de Santa Catarina, em São Paulo e Mato Grosso”, explica o diretor comercial da JBS, Alexandre Pereira.

Ele também reforça a importância estratégica das operações em Santa Catarina para o grupo JBS. “A unidade de Mafra é a maior do grupo e produz o dobro das outras duas juntas”, observa Pereira.

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Todo o processo de produção do biodiesel é amplamente estudado, analisado e certificado para a comercialização – Foto: Reprodução NDTV

É para a unidade que vão os resíduos da cadeia produtiva de suínos e aves e que também vão ser transformados em biodiesel. Alexandre Pereira comenta que hoje a mistura obrigatória de biodiesel no Brasil é 14% com tendência de evolução.

“Uma vez que o produto foi finalizado e certificado dentro da norma, ele é vendido para distribuidoras que vão fazer a dosagem no produto final que é o diesel que temos no mercado”, completa.

Um fator importante nesse processo, comenta o diretor comercial, está na sensibilização dos estabelecimentos quanto a reutilização do óleo de cozinha, evitando o descarte irregular e a poluição do meio ambiente, além de reduzir a dependência do combustível fóssil e fortalecer o agronegócio e a agricultura familiar.

“O biodiesel completa 17 anos de operações no grupo JBS e é sem dúvida estratégico para a companhia descarbonizar as operações, e contribuir também para que o país também descarbonize as operações. É o combustível do futuro”, destaca Pereira.

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