Reunião de ministros do Turismo do BRICS termina com aprovação da Declaração do Cerrado

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Reunião de ministros do Turismo do Brics (Divulgação MTur/Roberto de Castro)

Em um passo importante para a cooperação internacional no setor turístico, o ministro Celso Sabino liderou na tarde desta segunda-feira (12/05), a reunião de ministros do Turismo do BRICS, realizada no Palácio do Itamaraty, em Brasília. O evento foi marcado pela aprovação da Declaração do Cerrado, documento que reforça o compromisso do grupo com o turismo sustentável, regenerativo e inclusivo. A opção pelo nome teve como objetivo homenagear o Cerrado, vegetação típica de Brasília e o segundo maior bioma da América do Sul.

Durante a reunião, Sabino destacou o papel estratégico do turismo como força motriz para o desenvolvimento econômico, social e ambiental dos países do bloco. “Estamos aqui dando mais um firme passo nesse propósito, em consonância com o multilateralismo tão defendido pelo nosso presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A Declaração do Cerrado é um marco na história do turismo global. Os países que fazem parte do BRICS formam a maior economia, o maior mercado consumidor e o maior grupo de turistas. Esse documento define como os nossos países devem direcionar suas ações no turismo”, afirmou o ministro.

O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, também reforçou a visão brasileira para o setor. “Reafirmamos nosso compromisso com um novo paradigma de desenvolvimento, no qual o turismo assume um papel central como vetor de inclusão e sustentabilidade. Acreditamos firmemente que fortalecer a integração regional e a cooperação entre os países do Sul Global é uma tarefa histórica. O Brasil vê no turismo um caminho para aproximar nações”, declarou.

Ainda durante o evento, o ministro anunciou que a COP30, que será realizada em Belém do Pará, em novembro, deverá reservar um dia específico para discutir o turismo sustentável e seu papel no enfrentamento da degradação ambiental e das mudanças climáticas. “Esse será, inclusive, o foco central da COP30 – a Conferência Mundial do Clima – que teremos a honra de sediar em Belém. Desde já, convido todos a estarem presentes nesse momento histórico”, destacou.

DECLARAÇÃO DO CERRADO – O documento consolida os avanços discutidos nas reuniões do Grupo de Trabalho e estabelece três eixos estratégicos para a cooperação internacional no setor:

• Desenvolvimento do turismo regional: Reconhece o turismo regional como prioridade estratégica para o BRICS. O relatório sobre o tema destaca seis áreas-chave: infraestrutura, diversificação da oferta, qualificação profissional, parcerias público-privadas, financiamento e promoção conjunta dos destinos. Entre as principais recomendações estão o fortalecimento da conectividade aérea regional e a realização de campanhas integradas de marketing.

• Turismo sustentável, resiliente e regenerativo: Posiciona o turismo como um motor de desenvolvimento econômico, social e ambiental. Aborda temas como políticas públicas, resiliência a crises, participação comunitária e alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Propõe, ainda, a criação de uma plataforma conjunta para monitorar e compartilhar boas práticas, fortalecer a capacidade de adaptação do setor e promover transições justas. A cooperação entre os países do BRICS é vista como essencial para garantir a sustentabilidade e a resiliência do turismo frente a desafios como as mudanças climáticas e a instabilidade global.

• Atração de nômades digitais: Também reconhece o potencial desse público como vetor de inovação e inclusão. Recomenda medidas para facilitar vistos, ampliar a conectividade digital, melhorar a infraestrutura e desenvolver ações promocionais conjuntas, aproveitando o crescimento do trabalho remoto como oportunidade para impulsionar o turismo e o desenvolvimento local.

BRICS – Sob a presidência brasileira, o BRICS – que neste ano adotou o lema “Fortalecer a Cooperação do Sul Global por uma Governança mais Inclusiva e Sustentável” – buscou consolidar o turismo como uma das prioridades da agenda global e reforçar o papel estratégico do setor.

O grupo, formado por 11 países (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã), promove a cooperação entre nações do Sul Global em diversas áreas estratégicas.

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