BYD e sindicato local divergem sobre início da produção no Brasil

Esperado para acontecer ainda em 2025, a BYD e o sindicato local da Bahia ainda divergem sobre a data do início da produção dos carros eletrificados em Camaçari, na Bahia. Alta executiva da marca chinesa revelou recentemente em entrevista que a montagem brasileira começaria no próximo mês de junho. No entanto, o sindicato baiano contou que não foi avisado até o momento e ainda demonstrou preocupação com outros detalhes.

Quem trouxe mais detalhes foi a equipe da Auto Esporte. Há poucas semanas, Stella Li, vice-presidente global da fabricante, foi entrevistada por jornalistas na China. Ela contou que a fabricante iniciaria as operações da planta baiana em junho de 2025. O problema é que Júlio Bonfim, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari, trouxe uma notícia desagradável: os trabalhadores da instalação não receberam nenhum aviso sobre o começo da produção.

De acordo com a equipe jornalística, a BYD só conseguiria começar sua produção em junho se adotasse o regime SKD. Neste caso, viriam kits pré-montados da China e aqui seriam finalizados. Todavia, a linha de montagem seria reduzida e a escala muito baixa. O que é o contrário do que os executivos da marca anunciaram até o momento. A expectativa deles é que a planta baiana produza 150 mil carros por ano.

Medo se espalha

Júlio pontuou ainda que adotar esse regime é uma decisão fácil. Mas, que ele e os trabalhadores esperam que a fabricante tenha uma fábrica em grande escala com estamparia e solda, por exemplo. O sindicato teme que a instalação de Camaçari se torne um centro de distribuição da montadora para América do Sul. Em nota, a associação pontou que a marca já tem quatro navios próprios e que ao total, pode exportar 28 mil modelos por viagem.

Até 2026, oito navios chegarão aos mercados e isso daria aproximadamente 58 mil veículos por viagem. Eles têm medo de que aumente as importações e reduza a produção local. Júlio ainda tocou no tema de que a BYD aumentou sua produção de carros em Zhengzhou, na China, este ano. Agora, a fabricante produz nessa instalação chinesa um milhão de unidades por ano.

E no começo de 2025, ela pediu para entidades governamentais brasileiras a redução fiscal para montagens de kits SKD e CKD na planta baiana. Tudo isso fez crescer o medo nos trabalhadores locais. Em entrevista com o Automotive Business, Bonfim conta que tem medo de que a ideia da BYD ter sua fábrica no Brasil caia por terra em algum momento. Segundo o sindicato, a instalação tem hoje cerca de 350 trabalhadores.

Mas, a marca chinesa afirmou em comunicado que espera criar 20 mil empregos diretos e indiretos na planta. Porém, o ritmo de contratação para bater tal meta não está acelerado.

Resposta sobre história

Por fim, a montadora enviou um comunicado para a equipe da Auto Esporte um comunicado falando sobre o tema. A marca reafirmou seu compromisso com a reindustrialização de Camaçari, o investimento de R$ 5,5 bilhões para a planta e a expectativa de produzir 150 mil carros anualmente. Eles ainda esperam que a instalação tenha produção completa, com nacionalização dos modelos mais vendidos do Brasil e que a instalação deve se tornar o maior polo industrial da fabricante fora da China.

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