Lula e Xi alinham discurso contra “bullying” dos EUA e reforçam parceria Brasil-China

Um dia após o anúncio da trégua tarifária entre China e Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o líder chinês Xi Jinping criticaram políticas unilaterais e defenderam maior integração da América Latina com o gigante asiático durante o Fórum Ministerial China-Celac, realizado nesta terça-feira (13) em Pequim.

“Bullying e hegemonismo só levam ao autoisolamento”, afirmou Xi, em sua primeira declaração pública desde o acordo temporário com Washington. O líder chinês também prometeu ampliar o apoio ao desenvolvimento da América Latina: “A China está pronta para juntar as mãos com seus parceiros da América Latina e do Caribe”, disse.

Lula reforçou o apelo por mais protagonismo regional e criticou as tarifas comerciais impostas unilateralmente. “A imposição de tarifas arbitrárias só agrava a situação” do comércio global, afirmou. Segundo o presidente brasileiro, a América Latina deve evitar se tornar palco de disputas entre potências. “Não queremos repetir a história e encenar uma nova Guerra Fria”, declarou.

Durante o evento, Lula pediu que os países latino-americanos se articulem para promover projetos de infraestrutura em parceria com a China. “O apoio chinês é decisivo para tirar do papel rodovias, ferrovias, portos e linhas de transmissão”, afirmou. Ele ressaltou, no entanto, que “a viabilidade econômica desses projetos depende da capacidade de coordenação de nossos países”.

O presidente brasileiro também sugeriu que a América Latina e o Caribe tenham o direito de indicar o próximo secretário-geral da ONU, e que seja uma mulher. Sobre tecnologia, defendeu uma inclusão mais equitativa: “O desenvolvimento da inteligência artificial não deve ser um privilégio de poucos”.

Ao encerrar sua fala, Lula destacou a necessidade de união regional. “Ou nós nos juntamos entre nós e procuramos parceiros que queiram junto conosco construir um mundo compartilhado ou a América Latina tende a continuar sendo uma região que representa a pobreza no mundo de hoje”, disse.

Criado há dez anos, o Fórum China-Celac reúne ministros e líderes da América Latina e do Caribe para fortalecer a cooperação com a China.

(com Estadão e Folha de S.Paulo)

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