Nível de adesão à inteligência artificial no Brasil é o mesma da Europa, diz pesquisa

O porcentual de empresas brasileiras que usam inteligência artificial em suas operações é equivalente ao da União Europeia. Resultados da pesquisa TIC Empresas 2024 mostram que 13% das pequenas, médias e grandes empresas do País usam a tecnologia.

É o mesmo número médio registrado pela União Europeia, segundo dados da Eurostat usados para comparação pela TIC, de 13,48%, puxado por países como Dinamarca (27,58%), Suécia (25,09%) e Bélgica (24,71%).

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No Brasil, companhias de grande porte são as que mais aderiram à tecnologia no período de março a novembro de 2024, e sua adesão é a mais comparável a pares europeus. Os dados apontam que 38% delas disseram utilizar IA, contra 29% entre as de médio porte e 10% entre pequeno porte.

Na média, o Brasil se comporta como países europeus cujas economias são menos complexas, como Estônia, Croácia e Espanha.

Apenas nas empresas de médio porte houve aumento na adesão à IA em 2024, depois de um resultado de 24% em 2023. Para as grandes, o número foi de 41% em 2023 e, para as pequenas, de 11% — essas variações, no entanto, ocorrem dentro da margem de erro com um intervalo de confiança de 95%.

“O que temos na verdade é uma estabilidade, desde a primeira vez que nós coletamos esse dado, em 2021, apesar de estarmos aí discutindo a IA como uma grande transformação, incluir isso no dia-a-dia das empresas ainda há um caminho até que ela seja de fato útil para os negócios”, diz o coordenador da pesquisa, Leonardo Melo Lins.

Setores como informação e comunicação são os principais usuários da tecnologia, com adoção de 38%. Atividades profissionais – em geral, empreendimentos de profissionais autônomos como escritórios de advocacia, engenharia, arquitetura ou consultórios – vêm na sequência, com 20%. Em serviços e transportes, 14% das empresas relataram usar inteligência artificial em suas operações.

De acordo com Lins, esses setores estão mais próximos a soluções de inteligência artificial devido à alta carga de dados gerada por eles. “Esses setores criam muito conhecimento, então eles acabam estando mais próximos às soluções”, conta.

Empresas buscam internet mais veloz

Praticamente todas as empresas brasileiras possuem acesso à internet no Brasil, e a estabilidade e velocidade do acesso têm aumentado. Segundo o levantamento, 95% das companhias têm acesso à internet de alguma velocidade hoje, contra 94% no último ano.

Quase metade das respondentes (45%) têm à disposição velocidades de download de até 300 Mbps; 18% de 300Mbps a 500Mbps; e 32% acima de 500 Mbps. No ano passado, as companhias que possuíam até 300 Mbps eram 54%, o que sinaliza para uma adoção de redes mais velozes.

Para Lins, a melhoria da qualidade da internet – em termos de velocidade e estável – tem um impacto direto na transformação digital das empresas. Esses atributos podem, por exemplo, permitir a migração de dados para nuvens públicas.

A adesão a melhores planos de internet é impulsionada por fatores como a maior concorrência de provedores e o barateamento da fibra ótica, responsável pela conexão à internet de 92% dos brasileiros, segundo a pesquisa.

Mensagens são principal canal de vendas

Mensagens de WhatsApp, Skype ou chat de Facebook são o canal de venda mais utilizado, por 49% das empresas brasileiras em 12 meses entre 2023 e 2024. O e-mail é uma alternativa para 34%, enquanto redes sociais, como Instagram, Facebook e Snapchat são usadas por 25%.

Canais de mensagens e e-mail anotaram queda em comparação ao último ano, quando as respostas representaram 55% e 40% de adesão, respectivamente. Pesquisadores responsáveis pelo estudo ainda tentam entender o que levou a isso: “Nos pegou de surpresa”, conta Lins.

“Em 2021, as vendas por mensagem cresceram bastante, muito em função da pandemia. Ali a gente discutia essa primeira digitalização das empresas”, conta. “Em 2023, também foi um número bem alto e agora nós tivemos essa queda”, explica.

Uma hipótese é a de que pequenas empresas, cuja amostragem no estudo é grande, podem ter profissionalizado seus serviços relacionados à internet. “Elas ainda vendem pelo WhatsApp, mas buscam outros canais também, talvez mais profissionais, mas até mesmo com essa intermediação de outras plataformas para a venda”, explica o especialista.

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