Ucrânia: Brasil e China pedem “diálogo direto” para solucionar guerra

Os governos do Brasil e da China divulgaram uma declaração conjunta, nesta terça-feira (13/5), em que defendem o “diálogo direto” entre Rússia e Ucrânia para colocar fim ao conflito na região, que se arrasta há três anos. O documento foi acordado durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Pequim.

Nesse sentido, os governos saudaram a abertura das negociações para um possível cessar-fogo. “O Brasil e a China acolhem a proposta feita pelo presidente Vladimir Putin em 10 de maio de abrir negociações para a paz, bem como a manifestação positiva de Volodymyr Zelensky no mesmo sentido”, diz o documento.

“Os governos do Brasil e da China esperam que se inicie, no menor prazo possível, um diálogo direto entre as partes, única forma de pôr fim ao conflito”, completa.

Durante o fim de semana, o presidente da Rússia, Vladimir Putin propôs iniciar conversas com a Ucrânia sobre o cessar-fogo em uma reunião na Turquia, na próxima quinta-feira (15/5).

Zelensky sinalizou que vai comparecer e disse esperar um encontro cara a cara com o russo para discutir a trégua. “Estarei esperando por Putin na Turquia, na quinta-feira. Pessoalmente, espero que desta vez os russos não procurem desculpas”, destacou.

No ano passado, os governos do Brasil e da China haviam divulgado uma proposta de paz em que defendiam uma resolução pacífica para o conflito entre Rússia e Ucrânia. À época, o presidente ucraniano classificou o texto como “destrutivo”.

Veja a íntegra do documento divulgado nesta terça-feira:

Declaração conjunta Brasil-China sobre a crise na Ucrânia

O Brasil e a China acolhem a proposta feita pelo Presidente Vladimir Putin no dia 10 de maio de abrir negociações para a paz, bem como a manifestação positiva de Volodymyr Zelensky no mesmo sentido.

Os governos do Brasil e da China esperam que se inicie, no menor prazo possível, um diálogo direto entre as partes, única forma de pôr fim ao conflito.

O Brasil e a China avaliam positivamente os recentes sinais de disposição ao diálogo e manifestam sua expectativa de que as partes possam alcançar um entendimento que viabilize o início de negociações frutíferas, que contemplem as preocupações legítimas de todas as partes. Eles consideram necessário encontrar uma solução política para a crise na Ucrânia em suas raízes com vistas a um acordo de paz duradouro e justo, que seja vinculante para todas as partes no final.

Comprometidos com esse objetivo, em maio de 2024 o Brasil e a China conclamaram todas as partes a criar condições para a retomada do diálogo e, em setembro, lançaram nas Nações Unidas o Grupo de Amigos da Paz, que congrega países do Sul Global.

O Brasil e a China seguem à disposição, junto com o Sul Global, para continuar apoiando os esforços para pôr fim ao conflito.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.