Dólar fecha em queda após instabilidade, mas acumula alta na semana

O dólar encerrou a última sessão da semana em leve queda frente ao real, após dois dias consecutivos de valorização. A divisa norte-americana caiu 0,16% nesta sexta-feira (16), sendo negociada a R$ 5,6695, puxada pela entrada de capital estrangeiro e pela alta do petróleo no mercado internacional.

Apesar da queda pontual, o dólar acumulou alta semanal de 0,26%, refletindo um cenário externo ainda incerto e um ambiente doméstico fiscalmente desafiador. Por volta das 17h, o índice DXY — que mede o desempenho do dólar frente a seis moedas globais — avançava 0,22%, indicando que a moeda americana seguia fortalecida no exterior.

A força do real nesta sexta se deve, em parte, à valorização do petróleo tipo Brent, cujo contrato mais negociado subiu mais de 1% na ICE, recuperando perdas recentes. O movimento beneficia países emergentes e exportadores de commodities, como o Brasil, ao melhorar a balança comercial e atrair investidores.

Pressões externas e domésticas

No exterior, investidores acompanharam os desdobramentos da viagem do presidente Donald Trump ao Oriente Médio, marcada pela assinatura de acordos bilionários com os Emirados Árabes Unidos, incluindo um projeto para construção de um campus de inteligência artificial. Trump mencionou que os US$ 1,4 trilhão prometidos pelos Emirados devem impulsionar investimentos nos EUA.

Além disso, dados econômicos abaixo do esperado ajudaram a conter o fôlego do dólar. O índice de confiança do consumidor da Universidade de Michigan caiu para 50,8 em maio, frustrando expectativas de alta para 53,4, segundo levantamento da Reuters.

No Brasil, o mercado reagiu à preocupação com o cenário fiscal. O Boletim Prisma Fiscal, do Ministério da Fazenda, reduziu a estimativa de déficit primário para 2025 de R$ 73,7 bilhões para R$ 72,687 bilhões, mas ainda distante da meta de déficit zero estabelecida para o ano.

Para 2026, a projeção foi revista para um déficit de R$ 80,690 bilhões, acima dos R$ 78,2 bilhões estimados anteriormente. As incertezas aumentam com especulações de gastos adicionais do governo federal, em meio à tentativa de elevar a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Com a semana marcada por volatilidade no câmbio, analistas seguem atentos à evolução dos indicadores fiscais, ao cenário político doméstico e aos próximos passos da política monetária dos Estados Unidos.

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