Centro-direita de Montenegro é reeleita em Portugal; extrema-direita cresce

LISBOA – Com 97% das urnas apuradas, a coligação de centro-direita Aliança Democrática (AD), do primeiro-ministro Luís Montenegro, que caiu em fevereiro, é a grande vitoriosa das eleições legislativas em Portugal neste domingo (18). A AD registra 33% dos votos, enquanto o Partido Socialista (PS) e o Chega, de extrema-direita, disputam a segunda colocação voto a voto, com 23% cada.

Mais cedo, pesquisas de boca de urna já apontavam a vitória da centro-direita, e um embate ferrenho entre centro-esquerda e extrema-direita pelo segundo maior número de assentos no parlamento português.

Pesquisa da Universidade Católica Portuguesa dava de 29% a 34% para a AD, contra 21% a 26% para o PS, de Pedro Nuno Santos, e 20% a 24% para o Chega, de André Ventura.

“Aguardaremos o veredito final, mas parece-me seguro dizer, perante as projeções, que a AD teve uma vitória eleitoral reforçadíssima, o país reforçou a confiança no Governo de Portugal e no chefe de Governo, o doutor Luís Montenegro”, declarou o Hugo Soares, secretário-geral do PSD, partido de Montenegro.

Independentemente do resultado, os ultradireitistas do Chega comemoram o resultado, que pode elevar o partido à segunda maior força em Portugal. “O Chega matou hoje o bipartidarismo em Portugal”, declarou o presidente do Chega a jornalistas, logo após a divulgação das primeiras sondagens. “Obrigado por terem acreditado que era possível quebrar 50 anos de um sistema político sempre igual”, afirmou.

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Confira a distribuição de assentos no parlamento para cada partido faltando 3% para totalização dos votos:

  • AD: 69
  • Chega: 45
  • PS: 43
  • IL: 4
  • Livre: 2
  • JPP: 1

Novo governo

Com esses números, a AD dependerá de alianças para formar governo — cenário que já era previsto nas últimas pesquisas, reforçado pelas projeções da boca de urna.

Além da disputa política, um dos temas centrais da eleição foi a possibilidade de mudança nas regras para concessão da cidadania portuguesa. A AD, que lidera o atual governo, defende aumentar de cinco para até dez anos o tempo mínimo de residência para imigrantes solicitarem a nacionalidade, medida que pode afetar diretamente os mais de 500 mil brasileiros que vivem em Portugal.

Este foi o terceiro pleito legislativo em três anos no país, resultado de uma crise política contínua marcada pela renúncia do socialista António Costa em 2023 e pela queda do governo de Montenegro em março deste ano.

Números preliminares divulgados pela Universidade Católica Portuguesa apontam estimativa de participação eleitoral entre 58% e 64%, valores que indicam nível abstenção pelo menos igual, ou talvez até maior, do que no último pleito. Em março do ano passado, a participação eleitoral ficou em 59,8%.

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