“Novo luxo busca exclusividade e valor real pela experiência”, diz CEO da bTd Travel & Jets

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Manoel Suhet , CEO da bTd Travel & Jets (Divulgação/bTd Travel & Jets)

Fundada em 2017, a bTd Travel & Jets atua como um marketplace de turismo de luxo que integra inteligência artificial e práticas sustentáveis para transformar os serviços de aviação privada e concierge de luxo. Manoel Suhet, CEO da empresa referência internacional em viagens de luxo e aviação executiva, falou com o M&E sobre as transformações do mercado turístico de luxo, novas demandas e tecnologias, como o uso de IA  do setor.

M&E – O que está mudando no mercado turístico de luxo, seja em destinos, hospitalidade e transporte?

Manoel Suhet – O mercado de turismo de luxo está em plena transformação. Hoje, luxo não se limita a produtos ou serviços sofisticados — está diretamente associado a experiências únicas, personalizadas e conscientes. Há uma demanda crescente por destinos menos explorados, hospedagens com compromisso ambiental e meios de transporte que reduzam a pegada de carbono. O novo luxo busca exclusividade, economia de tempo e, ao mesmo tempo, responsabilidade e valor real pela experiência — o verdadeiro *value for money*.

Esse movimento tem levado cada vez mais clientes de alta renda a optarem por jatos privados em vez de voos comerciais, helicópteros em vez de carros e iates de luxo no lugar de cruzeiros tradicionais. O viés e’ que o consumo per capta aumenta com estes veículos mais exclusivos. Nesse contexto, a bTd oferece soluções inovadoras como o nosso app, que os membros podem calcular e compensar o uso do CO2 nas suas viagens.

M&E – Nos últimos tempos, qual o retrospecto da evolução do turismo de luxo, incluindo as novas demandas dos viajantes premium e como se posiciona atualmente aqui no Brasil?

Suhet – O turismo de luxo evoluiu de uma proposta centrada em status para um conceito que valoriza autenticidade, propósito e impacto positivo. Foi uma das primeiras indústrias a se recuperar com força após a pandemia e deve movimentar cerca de USD 1,2 trilhão, com crescimento anual de 8%, impulsionado pela ascensão de um novo perfil de viajante de alta renda.

No Brasil, esse movimento ganha força: viajantes premium buscam experiências culturais autênticas, imersivas e sustentáveis, que respeitem o meio ambiente e as comunidades locais. Ao mesmo tempo, querem soluções que economizem tempo, com tecnologia inteligente e atendimento humano — personalizado, e não via call centers.

A bTd Travel & Jets está na vanguarda dessa transformação, como uma empresa global de concierge de viagens, oferecendo a única plataforma do mercado que integra, em um único app, todos os modais de viagem: aérea (voos comerciais com desconto, jatos e helicópteros), terrestre (carros, choferes, motorhomes), marítima (cruzeiros, iates, veleiros) e acomodações (hotéis, resorts e vilas privadas), com o suporte de um concierge personalizado. Tudo isso com uma abordagem tecnológica, eficiente e sustentável para atender um público cada vez mais exigente e consciente.

M&E – A bTd Travel & Jets tem novidades para a aviação executiva a partir da demanda de clientes mais exigentes?

Suhet  – Sim, temos investido fortemente em inovação para atender esse novo perfil de cliente. Um dos principais destaques é a otimização dos empty legs — voos vazios que representam cerca de 40% de jatos fretados no mundo. Ao permitir o compartilhamento de assentos nesses voos, ou mesmo entre empresários, executivos e amigos que queiram dividir uma aeronave, conseguimos reduzir custos em até 50% e, ao mesmo tempo, diminuir o número de voos desocupados, tornando o setor mais eficiente e sustentável.

Na bTd, estamos construindo a ponte entre a aviação comercial e a privada, permitindo que clientes acostumados à First e Business Class realizem o sonho de voar em jatos executivos, começando por assentos compartilhados ou empty legs — com ganhos significativos de tempo e custo. Em rotas internacionais como São Paulo–NYC, por exemplo, um voo de jato pode economizar até 5 horas em relação à aviação comercial — o que representa metade do tempo total de viagem. E para o público de alta renda, tempo é um ativo essencial.

Além disso, estamos nos preparando para a próxima revolução da mobilidade aérea: a integração dos eVTOLs (aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical). Cidades como São Paulo, com infraestrutura avançada de helipontos, serão pioneiras nesse avanço. A bTd já está pronta para oferecer assentos em eVTOLs diretamente pelo nosso app, antecipando uma tendência que irá transformar o transporte executivo urbano nos próximos anos.

M&E – Como a bTd Travel & Jets atua na integração de tecnologia e sustentabilidade nos serviços de alto padrão e, também, no uso de IA no setor?

Suhet – Nossa tecnologia baseada em inteligência artificial permite não apenas uma experiência de reserva mais personalizada e eficiente, mas também um uso mais consciente e estratégico dos recursos. Utilizamos RPA (Robotic Process Automation) para automatizar processos internos, além de chatbots inteligentes e integrados com fornecedores globais, garantindo agilidade, precisão e escala.

Essa tecnologia é essencial, por exemplo, para localizar e otimizar empty legs em jatos privados. Em 2024, a bTd otimizou mais de 10 voos vazios entre Brasil, EUA e Europa — o que equivale à compensação de cerca de 76 toneladas de CO₂, o mesmo impacto ambiental de 11 voos fretados entre Rio e Miami.

Seguimos investindo em IA para personalizar ainda mais o conteúdo oferecido aos nossos clientes, analisando comportamentos e preferências para sugerir conexões mais inteligentes — reduzindo a ociosidade de voos, otimizando o consumo energético e gerando economia de tempo e dinheiro.

Além disso, nossa plataforma já permite calcular e compensar as emissões de carbono de todas as etapas da viagem — desde hospedagens até transporte terrestre, marítimo e aéreo — com certificação de ONGs reconhecidas pelo impacto ESG. Estamos, inclusive, preparando ações específicas para a COP30 em Belém, como voos compartilhados em jatos, uso de SAF (Sustainable Aviation Fuels) e compensação de carbono em todos os modais, oferecendo aos participantes liderar pelo exemplo — o walk the talk — e evitando críticas como as que ocorreram aos participantes no Fórum Econômico de Davos.

 

 

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