Por que Gramado parece uma cidade europeia? A história por trás da arquitetura

Há cerca de 150 anos, imigrantes lusos, germânicos e italianos chegaram a Gramado. Desde então, a cidade turística mistura essas tradições com as do Rio Grande do Sul, tornando-se quase um pequeno pedaço da Europa em meio à Serra gaúcha.

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Arquitetura de Gramado é predominantemente germânica | abc+



Arquitetura de Gramado é predominantemente germânica

Foto: Rafael Cavalli/Prefeitura de Gramado/Divulgação

Apesar de cultivar os aspectos culturais do RS, a cidade demonstra a grande influência cultural dos descendentes europeus, principalmente germânicos, seja na gastronomia ou na arquitetura.

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A história por trás da arquitetura de Gramado

No início, a maioria da arquitetura de Gramado era italiana, especialmente na Avenida Borges de Medeiros, que é uma das principais da cidade, explica um estudo de 2018 publicado Revista Ágora, de história, geografia e gastronomia.

Um dos grandes motivos para isso foi o major José Nicoletti Filho, responsável pela fundação do então 5º Distrito de Taquara, onde Gramado se localizava. Ele morava na avenida e a casa foi comprada pela prefeitura em 2009, transformada em um museu.

Casa foi construída por major José Nicoletti Filho | abc+



Casa foi construída por major José Nicoletti Filho

Foto: Arquivo GES

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Foi somente entre 1950 e 1960 que as estruturas começaram a ser alteradas, deixando de possuir uma arquitetura predominantemente italiana para ser, gradativamente, substituída por uma mista, com forte inspiração germânica.

Um exemplo da arquitetura germânica são as estruturas que levam inspiração do estilo bávaro, representado em locais como o prédio da sede da Prefeitura de Gramado. Nele, é usado madeira e telhados de duas águas inclinadas, muito utilizado em locais onde há neve, já que facilita que ela deslize e evita possíveis desabamentos.

Esta estética é forte graças a casa de Oscar Knorr, que foi construída em 1940 e é pioneira do estilo bávaro, explica o estudo. Ele é considerado um personagem histórico de Gramado, visto que estava ligado ao setor de turismo da cidade e foi, inclusive, um dos idealizadores da Festa das Hortênsias.

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Casa Knorr, em Gramado | abc+



Casa Knorr, em Gramado

Foto: Mônica Pereira/GES-ESPECIAL

Ainda assim, as autoras pontuam que os imigrantes germânicos de Gramado não eram da Bavária e que a escolha foi uma apropriação cultural do estilo, por conta de “uma evidente conotação econômica”.

Essa inspiração na arquitetura germânica parece estar relacionada com a alta sociedade que comprou terras em Gramado após a década de 1930, predominantemente europeus e, principalmente, germânicos.

Entretanto, foi somente nos anos 1970 que o estilo começou a ser altamente usado pela cidade, com a reforma de prédios clássicos, como a Prefeitura de Gramado, do Cine Embaixador e da sede do Branco do Brasil. Atualmente, diversos outros estabelecimentos possuem as características do estilo bávaro e também do enxaimel, como hotéis e restaurantes.

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Veja fotos de Gramado antigamente:

 

Fonte: Uma pequena Europa na Serra Gaúcha: as apropriações culturais na arquitetura do espaço urbano de Gramado (RS) (2018) e Secretaria de Turismo de Gramado.

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