Economista da XP: Corte no Orçamento medirá reação do mercado em relação ao governo

Conteúdo XP

O governo federal apresenta nesta quinta (22) o primeiro Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias de 2025. Era para ser apresentado o segundo documento do ano, mas atraso na aprovação do Orçamento de 2025 e a sanção ocorrendo apenas em abril, mudou drasticamente o calendário.

Tiago Sbardelotto, economista da XP, participou do Morning Call da XP nesta manhã de quinta-feira e, segundo ele, há uma expectativa muito grande do tamanho do corte que o governo fará no Orçamento.

“Se o governo fizer um corte relevante acima de R$ 10 bilhões e sinalizar uma política mais austera esse ano, o mercado pode ter uma reação mais positiva. Mas vai ser importante olhar no detalhe se de fato o governo está incorporando as novas informações mais próximo da realidade”, comentou.

Necessidade de corte maior

Segundo o economista, o governo, diante da execução das despesas desse ano e também de todas as medidas tomadas recentemente relativas à receita, deveria fazer um contingenciamento de despesas de R$ 15 bilhões e um bloqueio, devido ao aumento da despesa obrigatória, de R$ 10 bilhões, totalizando R$ 25 bilhões.

“Esse é o montante que nós achamos que seria necessário para colocar em linha a execução orçamentária com o limite de despesas e a meta de resultado primário”, comentou. “Mas o governo não deve fazer isso”, acrescentou.

Mas o economista acha que há instrumentos para trazer as projeções do Orçamento para o campo mais otimistas. “Ele pode fazer novas medidas de receita ou reestimar parâmetros que acabam ajudando na arrecadação”, afirmou.

Para ele, o governo deve trazer uma mensagem “menor” do que a XP estima. “A gente espera um ajuste de R$ 12,5 bilhões, sendo R$ 2,5 bilhões de contingenciamento e R$ 10 bilhões de bloqueio. Esse valor seria levemente positivo para o mercado”, disse. “O governo vem sinalizando acima de R$ 10 bilhões, o que é importante”, comentou.

Espaço de manobra

Para Sbardelotto, há espaço para o governo, de certa forma, de fazer um contingenciamento não tão grande agora, ir recompondo a receita ao longo do ano, mas no lado da despesa não tem muito para onde o governo fugir de um bloqueio significativo. “Nós estamos vendo um crescimento de despesas obrigatórios muito relevante nesse início de ano”, ressaltou.

“O governo vai ter que fazer um ajuste nas suas projeções de despesa, alocar mais recurso para a previdência e para assistência social e isso não tem como reverter ao longo do ano, mesmo que se faça pente-fino ou outras medidas porque os efeitos só serão sentidos no médio e longo prazos”, explicou.

Tiago Sbardelotto destaca que o aumento da fila do INSS de pedido de benefícios preocupa. Há um custo de R$ 38 bilhões em 12 meses se 100% se o público dessa fila for atendido, embora, pelas estatísticas, somente a metade consegue ter resultado positivo na demanda.

The post Economista da XP: Corte no Orçamento medirá reação do mercado em relação ao governo appeared first on InfoMoney.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.