Deputados fiscalizam obras da Cesan após queixas em Dores

As obras de saneamento executadas pela Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan) em Dores do Rio Preto, no Caparaó capixaba, estão no centro de uma crise entre moradores, poder público local e a própria concessionária. Reclamações sobre alagamentos, retorno de esgoto e falhas nas calçadas levaram a Comissão de Infraestrutura da Assembleia Legislativa (Ales) a realizar uma visita técnica à cidade nesta quarta-feira (21).

A inspeção começou com uma reunião na Câmara Municipal, conduzida pelo presidente da comissão, deputado Alexandre Xambinho (Podemos). No encontro, vereadores, o prefeito Thiaguinho (PP) e representantes da Cesan expuseram as principais falhas identificadas após as intervenções realizadas por empresas terceirizadas.

O presidente da Câmara, vereador Professor Gugu (PP), apresentou registros fotográficos e em vídeo de áreas afetadas. O prefeito destacou o risco de agravamento dos problemas no período chuvoso, previsto para os próximos meses. “A gente tem a preocupação de chegar em setembro, outubro, épocas de chuvas, e continuar o problema”, alertou.

A diretora de Engenharia e Meio Ambiente da Cesan, Kátia Côco, respondeu às demandas. Ela explicou que o contrato da companhia com o município abrange abastecimento de água e esgoto, mas exclui a drenagem pluvial e o manejo de resíduos sólidos, que são de responsabilidade da prefeitura.

Segundo Kátia, parte dos transtornos ocorre por ligações indevidas da drenagem urbana na rede de esgoto. “A rede de esgoto não resolve o problema da drenagem. São redes diferentes”, esclareceu. Como resposta imediata, a Cesan se comprometeu a instalar quase 200 metros de redes auxiliares em pontos críticos, como na rua da igreja e da prefeitura. O cronograma prevê a conclusão das obras até 30 de junho.

Questionada sobre o cumprimento do prazo, Kátia garantiu que a meta será respeitada. Xambinho, por sua vez, destacou a importância do acompanhamento político: “As lideranças estão sendo cobradas. Vamos acompanhar esse trabalho”.

Durante a reunião, foi informado que a primeira rede de esgoto do município foi construída pela Funasa em 2000 e, desde então, a Cesan contratou três empresas diferentes para obras de ampliação. Atualmente, a empresa Sanit está encarregada de finalizar os reparos.

Outro ponto levantado diz respeito ao retorno de esgoto em imóveis residenciais e comerciais, o que, segundo Kátia, exige a instalação de válvulas de retenção — 20 já foram implantadas, mas ainda é necessário mapear os demais locais.

A cobrança da taxa de esgoto também gerou debate. Moradores alegam pagar até 80% da tarifa de água mesmo sem receber o serviço adequadamente. A diretora da Cesan informou que a tarifa é regulamentada pela Arsp e que há alternativas como a tarifa social para famílias inscritas no CadÚnico. Ela também lembrou que imóveis que têm rede disponível e não fazem a ligação estão sujeitos a cobrança da taxa de disponibilidade e possíveis sanções do Ministério Público.

Após a reunião, os participantes visitaram as frentes de trabalho já iniciadas pela nova empresa contratada. O deputado Xambinho reafirmou o compromisso da Comissão de Infraestrutura de acompanhar o cronograma e cobrar soluções efetivas.

Além do presidente da Câmara e do prefeito, participaram da reunião os vereadores Bruno da Saúde (União), Elisângela da Saúde (Republicanos), Marinaldo (PP), Cida da Saúde (PP), Nelsinho Brisa (União) e Eclair Lopes (PSB).

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