Alcolumbre adia a leitura da CPMI do INSS para junho e nega manobra política

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), confirmou nesta quinta-feira (22) que a leitura do requerimento para a criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará fraudes no INSS foi adiada para o dia 17 de junho. A sessão conjunta do Congresso Nacional, que estava prevista para 27 de maio, foi oficialmente desmarcada devido à falta de acordo entre os líderes partidários.

Alcolumbre convocou a imprensa para negar que o adiamento represente uma tentativa de barrar a CPI. ‘Como o requerimento está regimentalmente fundamentado e possui o número mínimo de assinaturas, faremos a leitura na sessão do dia 17 de junho, conforme prevê o regimento da Câmara e do Senado’, afirmou.

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A comissão investigará um esquema bilionário de descontos indevidos inseridos nas folhas de pagamento de aposentados e pensionistas desde 2019. O caso ganhou relevância após uma operação da Polícia Federal revelar o envolvimento de entidades e servidores do INSS, incluindo suspeitas de movimentações milionárias.

O requerimento da CPMI foi apresentado por parlamentares da oposição ao governo Lula, que pressionam pela rápida instalação do colegiado. Parte da base governista, no entanto, vê a CPI como uma oportunidade para demonstrar que o esquema teve origem no governo Bolsonaro. Por outro lado, outra ala teme o desgaste político e a interferência nas investigações em curso.

Falta de consenso

Segundo Alcolumbre, a ausência de um acordo sobre a pauta da sessão conjunta — que também inclui a análise de vetos presidenciais e créditos orçamentários — inviabilizou a realização da reunião marcada inicialmente para a próxima terça-feira. Ele atribuiu a responsabilidade às lideranças do Congresso, que não se reuniram para definir os termos do debate.

“Desde que pedi aos líderes partidários que buscassem diálogo com o governo sobre os vetos, nada avançou. Não quero julgar, mas o fato é que, após quase um mês, não houve entendimento sobre os temas que seriam pautados”, criticou o senador.

Alcolumbre também negou rumores de que o adiamento teria sido planejado para coincidir com ausências parlamentares. Segundo ele, chegou-se a cogitar o dia 24 de junho, mas a data foi descartada por coincidir com o feriado de São João no Nordeste e com o Corpus Christi. “Seria um erro repetir o problema, então antecipamos”, justificou.

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