Vai receber a restituição do IR? Veja onde investir e como quitar dívidas

A Receita Federal libera, a partir das 10h desta sexta-feira (23), a consulta ao primeiro lote de restituição do Imposto de Renda. Ao todo, serão cinco rodadas de pagamento, com início em 30 de maio (veja o calendário completo ao fim da reportagem). Mas, diante desse dinheiro extra, o contribuinte pode se perguntar: qual o melhor destino para ele?

Para quem está endividado, não tem como fugir — sobretudo se for o caso de contas com juros altos, como o cartão de crédito ou o cheque especial. Também é possível usar parte do valor para quitar ou antecipar parcelas de financiamentos, reduzindo o custo total da dívida. 

Agora, se as dívidas já estiverem sob controle, o próximo passo é formar uma reserva financeira. “O ideal é que esse valor cubra o equivalente a seis meses do custo de vida mensal”, afirma Daiane Alves, educadora financeira da Neon. Segundo ela, a meta varia de pessoa para pessoa, de acordo com seus gastos e estilo de vida.

Como usar a restituição para montar uma reserva?

Por se tratar de um dinheiro extra na vida financeira dos contribuintes, Jeff Patzlaff, planejador financeiro e especialista em investimento, reforça que ele pode ser guardado sem comprometer o orçamento mensal. “Utilizar a restituição do Imposto de Renda é uma excelente estratégia para iniciar ou incrementar sua reserva de emergência“, diz.

Se o valor recebido ainda for insuficiente, o ideal é traçar um plano para completá-lo aos poucos. “Considere a restituição como ponto de partida e se organize para guardar um valor todo mês. Não espere sobrar dinheiro para isso”, orienta Daiane. 

Além de poupar, é importante aplicar o valor em investimentos que garantam rentabilidade e protejam o poder de compra. Nesse sentido, a poupança deixa de ser a melhor opção, segundo os especialistas.

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“Manter o valor na poupança rende menos e pode até desvalorizar a reserva, já que ela não acompanha a inflação”, explica Daiane. Para quem ainda tem receio de migrar da caderneta, a dica é começar com Tesouro Direto ou CDBs simples.

Patzlaff também alerta para as limitações da poupança, especialmente em cenários de juros elevados. “Com a Selic acima de 8,5%, o rendimento atual gira em torno de 6,17% ao ano. Além disso, os rendimentos são creditados apenas uma vez por mês, o que pode ser desvantajoso se você precisar resgatar antes da data de aniversário”, pontua.

Pensando na construção de uma reserva de emergência com a restituição do Imposto de Renda, o especialista frisa a importância de aplicar em um ativo com possibilidade de resgate imediato diária e baixo risco. Assim como Daiane, Patzlaff recomenda aplicar no Tesouro Selic e em CDBs com liquidez diária, e acrescenta os fundos DI como opção. “São investimentos com rentabilidade igual ou acima do CDI.”

Onde investir a restituição do Imposto de Renda?

Se a reserva de emergência já está formada, a restituição do Imposto de Renda pode ganhar um destino mais arrojado. Aí entram opções com maior rentabilidade, como os CDBs com prazos mais longos, LCIs (Letra de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letra de Crédito do Agronegócio), fundos de investimento e até mesmo a renda variável, dependendo do perfil do investidor.

Patzlaff orienta que, mesmo nesse estágio, o contribuinte não deve abrir mão da estratégia. “Caso a restituição não cubra todo o valor necessário para a reserva, é importante estabelecer um plano de aportes regulares”, diz. 

Segundo o planejador financeiro, a partir do momento em que a reserva estiver completa, é possível realocar esses aportes para investimentos de médio e longo prazo, de acordo com os objetivos de cada um.

Calendário da restituição do Imposto de Renda

Em relação aos lotes de pagamento, ele terá início no último dia da temporada de declaração do Imposto de Renda. Confira abaixo o cronograma completo:

Prioridade de pagamento

Para quem já prestou contas com o Fisco e está no aguardo da restituição, vale se atentar em qual grupo de prioridade o contribuinte se encontra. Isso porque a Receita Federal estabelece alguns critérios para ordenar esse pagamento.

A ordem de prioridade fica assim:

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