RD Saúde (RADL3): BBA revisa projeções de lucro para baixo após 1T e corta preço-alvo

Após um primeiro trimestre (1T25) decepcionante e um tom cauteloso na teleconferência, o Itaú BBA revisou para baixo suas projeções para a RD Saúde (RADL3), reduzindo o lucro líquido estimado para R$ 1,04 bilhão em 2025 e R$ 1,28 bilhão em 2026. O preço-alvo para o fim de 2025 também foi cortado, de R$ 19 para R$ 15 por ação.

A recomendação neutra foi mantida. Segundo o banco, o múltiplo de 19 vezes Preço(P)/Lucro(L) projetado para 2026 ainda não compensa as limitações de visibilidade sobre os resultados da companhia.

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De acordo com o BBA, o sentimento em torno da RD continua desafiador. A companhia suavizou seu guidance de margem para o ano fiscal de 2025 — de “ao menos estável” para “provavelmente sob pressão” — e o 2T também deve seguir difícil, com efeitos de calendário desfavoráveis, pressão na margem bruta e concorrência intensa nas principais categorias.

No entanto, o BBA observa sinais positivos: a reestruturação das despesas gerais e administrativas (G&A) realizada em abril deve começar a trazer benefícios a partir do 2T, e a gestão está focada em acelerar a captura de eficiências. Contudo, a pressão sobre preços — vinda tanto de concorrentes físicos quanto de marketplaces — continua afetando a margem bruta e pode limitar a visibilidade de uma trajetória de recuperação mais clara no curto prazo.

RD: obstáculos do que impulsos no curto prazo

O BBA comenta que a transição da margem de EBITDA entre 2024 e 2025 será influenciada por ganhos estruturais e reinvestimentos para impulsionar o crescimento. As principais alavancas são a reestruturação administrativa, com economia anual de até R$130 milhões, e a redução de perdas em medicamentos de alto valor. Parte dessas economias será usada para sustentar a competitividade de preços.

“A RD ainda enfrentará pressões de custo com pessoal e um mix de vendas menos favorável, o que mantém a recuperação de margem dependente da sua capacidade de manter escala e defender participação de mercado”, explicam analistas.

Equilíbrio

O mercado endereçável da RD (TAM) continua crescendo a cerca de 10% ao ano, e o BBA espera que a RD cresça próximo de 15% ao ano. No entanto, para atingir esse nível, será necessário executar comercialmente com mais precisão, especialmente após desempenho abaixo do mercado nos trimestres recentes.

Embora o 1T25 tenha apresentado pressão nas vendas mesmas lojas (SSS) e diluição de mix, a empresa tem sido proativa: ajustando preços no Nordeste, reequilibrando equipes para manter qualidade no atendimento e utilizando sua base de 7 milhões de clientes fiéis para impulsionar recorrência. Ainda assim, conforme BBA, a empresa precisa equilibrar recuperação de margem e crescimento da receita — o que é desafiador em um ambiente de baixa recomposição de preços e alta concorrência.

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