BBI reitera compra para Brasil e destaca pontos positivos dos anúncios do governo

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O Bradesco BBI manteve a exposição overweight (acima da média do mercado) para o Brasil na América Latina, mesmo após o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) anunciado pelo governo e que gerou uma reação negativa nos mercados.

O banco destaca as medidas anunciadas pelo governo, como: 1) um congelamento de gastos maior do que o esperado de R$ 31 bilhões e 2) medidas para arrecadar receitas de R$ 20 bilhões para 2025 e R$ 41 bilhões para 2026.

Isso incluiu aumentos no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), mais significativamente um adicional sobre empréstimos bancários. Enquanto isso, a introdução de um imposto de 3,5% sobre fundos de investimento locais enviados ao exterior foi rapidamente removida após pressão do mercado.

O BBI viu as medidas com um resultado líquido positivo no geral e aliviando duas grandes preocupações para os investidores em ações.

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O primeiro ponto é que o aumento do IOF sobre crédito sustenta uma política monetária mais contracionista, semelhante ao impacto de um novo aumento da taxa Selic (equivalente a cerca de 50 pontos-base de alta da Selic).

“Isso representa um ‘seguro adicional ao investidor’ de que a economia resiliente esfriará no segundo semestre, reancorando as expectativas de inflação e dando maior certeza sobre um primeiro corte na taxa de juros em dezembro de 2025”, avalia o BBI.

Em segundo lugar, os cortes de gastos e as medidas de arrecadação combinados reforçam o compromisso com a regra fiscal, avalia o BBI, reduzindo o grande déficit fiscal e amenizando as preocupações do mercado com novas medidas de estímulo que poderiam desacelerar o ritmo da desaceleração econômica.

“Isso deve compensar gradualmente qualquer prêmio de risco adicional exigido pelos investidores pela incerteza gerada pela rápida reversão do IOF sobre as remessas de fundos de investimento”, aponta o BBI.

Catalisadores do mercado

Assim, os estrategistas do banco reforçam a exposição overweight, considerando os dois grandes catalisadores: 1) um pico no ciclo de juros, com as taxas reais mais altas do mundo e um ciclo de baixa único, e 2) a eleição de outubro de 2026 entrando na “janela de desconto” para os investidores.

“Tudo isso ocorre em um cenário de duplo desconto nas ações e no câmbio, com o Brasil sendo o principal mercado acionário global mais barato na maioria das métricas (como preço sobre lucro e rendimento de dividendos) e o real com um desconto de avaliação significativo em relação ao histórico, além de um diferencial de taxa de juros”, aponta.

Além disso, a crescente rotatividade de investidores dos EUA e a retomada dos fluxos estrangeiros para o Brasil também podem ter um longo caminho a percorrer.

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O portfólio do BBI em Brasil se concentra em empresas sensíveis à taxa de juros – Localiza (RENT3), Assai (ASAI3), Energisa (ENGI11) -, proxies do mercado de capitais – BTG Pactual (BPAC11) e XP (BDR: XPBR31) – e empresas estatais – Petrobras (PETR3;PETR4) e Banco Brasil (BBAS3). Por outro lado, o banco vem reduzindo sua exposição às tradicionais teses de defesa, como empresas de telecomunicações, financeiras e exportadoras.

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