Rui Falcão (PT): “Múcio não deveria nem ter virado ministro da Defesa”

Candidato à presidência do PT nas eleições internas marcadas para 6 de julho, o deputado federal Rui Falcão afirmou à coluna, em entrevista ao Boletim Metrópoles, que sugeriu pessoalmente ao ministro da Defesa, José Múcio, que deixasse o governo por “ser leniente” com a cúpula militar após o 8 de Janeiro.

“Eu acho até que, na reforma ministerial, ele [o ministro da Defesa] deveria ser um dos primeiros a ser removido. E já disse isso ao ministro José Múcio. Ele, então, me perguntou: ‘Você quer que eu saia?’ Eu respondi a ele que não deveria nem ter entrado [no comando da pasta]. Disse isso frente à frente, amistosamente, sem nenhuma hostilidade. Trata-se de uma opinião política”, afirmou o parlamentar.

Segundo Rui Falcão, Múcio é favorável a uma “política de apaziguamento” do governo em relação às Forças Armadas.

“O ministro da Defesa certamente [se acomodou com a cúpula militar]. Há uma política de acomodação com os militares, de ‘vamos virar a página’, ‘vamos passar o pano’. E é isso, inclusive, que me distingue, e faz com que muita gente do PT, na base, esteja apoiando a nossa candidatura à presidência.”

Rui Falcão argumentou que falta vontade política do Congresso para promover uma reforma institucional que coloque os militares sob controle efetivo do poder civil. “O presidente da Colômbia, Petro, desmontou toda a cúpula conservadora das Forças Armadas. Aqui não queremos votar a mudança do artigo 142 para tirar os militares da tutela do país”, criticou.

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A saída de Múcio era dada como certa na reforma ministerial, uma vez que o ministro já havia manifestado a Lula o desejo de ficar mais próximo da família. O presidente, no entanto, convenceu-o a permanecer no cargo até o final deste ano.

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