Imagens do sol em 8K mostram detalhes inéditos da superfície do astro

Pesquisadores do Instituto Leibniz de Astrofísica de Potsdam (AIP, na sigla em inglês), na Alemanha, utilizaram um novo sistema de câmeras 8K para captar detalhes inéditos da superfície do sol. A observação foi publicada na revista científica Solar Physics, em 9 de maio.

Os cientistas acreditam que os detalhes nunca vistos antes do sol poderão contribuir com novas pesquisas sobre a estrela.

“Para entender melhor a atividade solar, é crucial não apenas analisar os processos fundamentais da estrutura fina e o desenvolvimento de longo prazo da atividade global com vários instrumentos, mas também investigar a evolução temporal do campo magnético em regiões ativas”, afirma o cientista Rolf Schlichenmaier, um dos autores da pesquisa, em comunicado.

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Para fazer as imagens, os cientistas restauraram o Telescópio da Torre de Vácuo (VTT) do Observatório do Teide, em Tenerife, com um novo sistema de câmeras desenvolvido no AIP. O telescópio, em operação desde 1988, tem um amplo campo de visão e boa resolução espacial.

Após a manutenção, ele foi capaz de fornecer imagens reconstruídas com resolução de 8K pela primeira vez. O novo sistema de câmera emprega técnicas avançadas de restauração de imagens, compilando 100 imagens de curta exposição, com resolução de 8000×6000 pixels, capturadas a 25 quadros por segundo.

A sequência rápida de fotos permite eliminar das imagens solares as influências perturbadoras da atmosfera da Terra. Como resultado, os pesquisadores conseguiram aumentar a capacidade de enxergar detalhes na superfície do Sol com precisão de até 100 km e observaram estruturas como a movimentação do plasma, manchas solares e detalhes do campo magnético solar com uma resolução única.

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Imagem colorida de campo magnético do sol - Metrópoles Imagem restaurada pelos cientistas mostra manchas solares

O novo sistema de imagens permitirá criar gravações em time-lapse com intervalos de 20 segundos, ajudando a revelar em tempo quase que real os fenômenos solares. “Nossas expectativas em relação ao sistema de câmeras foram mais do que atendidas desde o início”, diz o autor principal do estudo, Robert Kamlah.

Novas possibilidades para o futuro

Com o uso de filtros espectrais específicos, os cientistas conseguiram separar e observar diferentes camadas atmosféricas do sol, como a fotosfera e a região de transição para a cromosfera. Esses filtros também revelaram assinaturas no campo magnético solar muito sutis, que não seriam visíveis em observações tradicionais.

Com o sucesso no resultado do novo sistema de câmeras, os pesquisadores esperam adaptá-lo a versões mais acessíveis e de baixo custo para capturar novas imagens em campos de visão três vezes maiores do que os sistemas atuais, de 4K. Assim será possível ampliar o potencial de pesquisa solar.

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