Ibovespa cai 2,40%, em pior pregão desde 2023, com mercado desaprovando pacote fiscal

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O Ibovespa caiu mais de 2% e fechou em uma mínima desde meados do ano nesta quinta-feira, refletindo a reação negativa de agentes financeiros ao anúncio de medidas fiscais pelo governo brasileiro.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa recuou 2,46%, a 124.531,28 pontos, menor patamar de fechamento desde 28 de junho, de acordo com dados preliminares, após marcar 127.667,73 pontos na máxima e 124.389,63 pontos na mínima do dia.

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O volume financeiro somava 25,5 bilhões de reais antes dos ajustes finais, com a sessão também marcada pela ausência da referência de Wall Street em razão de feriado nos Estados Unidos pelo Dia da Ação de Graças.

A sessão foi marcada por baixas, com agentes olhando torto para o anúncio do pacote de contenção de gastos que, segundo o governo federal, vai gerar economia de 70 bilhões de reais nos próximos dois anos.

Em paralelo, o governo também anunciou o aumento da faixa de isenção do imposto de renda para quem ganha até 5 mil reais e disse que a iniciativa será compensada em parte com taxação mínima de 10% para quem ganha acima de 50 mil reais por mês, incluindo todos os rendimentos como aluguéis e dividendos. Na véspera, o índice já tinha caído 1,73%.

Às 10h30, o Ibovespa caía 0,8%, a 126.678,81 pontos, em sessão que deve ter liquidez reduzida em razão de feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos. Durante a tarde, o índice chegou a perder os 126 mil pontos, com desvalorização de 1,41%, aos 125.874,88 pontos, às 16h17.

Para o analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Leonel Mattos, “o adiamento para a divulgação desse pacote de medidas havia elevado a expectativa dos investidores a respeito do que o governo poderia trazer à mesa, e digamos que o comunicado do governo acaba frustrando essas expectativas”.

Na manhã desta quinta-feira, Haddad afirmou em entrevista a jornalistas que Congresso terá seu tempo para analisar a reforma tributária da renda, que, se aprovada pelos parlamentares no próximo ano, valerá a partir de 1º de janeiro de 2026.

Haddad citou ainda que como medida de compensação alternativa para o aumento da faixa de isenção do IR, a isenção do imposto de renda por razões de saúde será limitada a quem ganha até 20 mil reais.

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Na bolsa, papéis de companhias exportadoras ou com grande volume de negócios no exterior avançavam com o salto do dólar, que mais cedo chegou a ultrapassar o nível de 5,98 reais.

Com isso, Suzano (SUZB3), JBS (JBSS3), Klabin (KLBN11), Ambev (ABEV3) e Vale (VALE3) lideravam a ponta positiva do Ibovespa, com valorizações de entre 0,5% e 1,9%.

Do outro lado, papéis mais atrelados à economia doméstica e mais expostos a juros e câmbio e às medidas anunciadas no pacote do governo, como construção de alto padrão, varejo e consumo recuavam.

Eztec liderava esse grupo, mostrando baixa de 5,5%, acompanhada de Cyrela (CYRE3), Azzas 2154 (AZZA3), Lojas Renner (LREN3) e MRV (MRVE3), que tinham baixas de entre 4% e 5%.

(com Reuters)

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